Resgate do contato do indígena com os mais velhos é fundamental para valorização cultural
“Que linda sua fantasia”, assim, Jaqueline Kokama foi recebida pelo motorista de aplicativo que a levou até o Impact Hub Manaus para fazer sua fala no Ciclos Amazônia 4.0 – Ano II. Ela estava vestida com peças tradicionais de sua etnia indígena.
A tristeza que tomou conta de seu semblante transformou-se em combustível para sua fala no evento. “A pessoa não conhecer a própria cultura do país, do Amazonas. É de dar vergonha, a nossa cultura deveria ser forte e bonita. Não podemos achar que isso é normal”, ponderou a jovem indígena de 20 anos, estudante do curso de graduação em Psicologia.
Jaqueline Kokama é estudante de psicologia e ativista indígena
“Quando a gente fala de valorização não falamos só de artesanato, de rituais, estamos falando mais, estamos falando do ser do indígena. A pessoa que vê além do físico”. Jaqueline anda preocupada com a perpetuação da cultura entre os jovens indígenas.
“O conhecimento que temos tem que ser passado aos nossos jovens! Nossos grafismos, cocares, penas. Não estamos falando só da floresta mas de todo um conhecimento, às nossas crianças estão sendo desligadas das nossas cultura”, afirma ela.
Kokama apesar da pouca idade é uma mulher de muitos saberes. Ela defende que o resgate dos jovens indígenas para valorização cultural passa por uma proximidade maior com os mais velhos do território. “Vem ficando forte a desvalorização da nossa cultura, precisamos prestar mais atenção no que os nossos anciãos fazem, ensinamento dos artesanatos porque aprendemos sobre as sementes, sobre as plantas medicinais. Os nossos jovens vêm perdendo a visão do passado”, lamenta.
Jaqueline Kokama em sua fala pelo resgate da relação do jovem indígena com sua cultura
“Precisamos mostrar ainda mais e mais ao não indígena como respeitar a nossa história, temos mais de 1.500 anos nessa terra e estamos lutando contra a desvalorização cultural”
, finaliza.