Mulheres produzem chocolate e ‘cupulate’ no meio da floresta
O Instituto Amazônia 4.0 foi até a região oeste do Pará, mais precisamente na comunidade Corpus Christi, em Mojuí dos Campos, próximo a Santarém (PA), para mais um treinamento do Laboratório Criativo da Amazônia (LCA) Cacau-Cupuaçu. A etapa do projeto aconteceu em parceria com a Associação Intermunicipal das Mulheres Trabalhadoras Rurais de Belterra, Placas e Mojuí dos Campos (Amabela).
Sob coordenação do professor César de Mendes, o treinamento com aulas teóricas e práticas ampliou o conhecimento das trabalhadoras rurais. Durante o período de um mês, o grupo composto por 26 participantes, sendo 24 mulheres, aprendeu a produzir chocolates e cupulates finos com amêndoas de cacau e cupuaçu.

Além de testes com gelatos de frutas amazônicas, o grupo incrementou a atividade com produtos da agrofloresta. As trabalhadoras rurais inovaram e produziram outras delícias, como brownie de abóbora, geleias para recheios, pralinê e mousse de chocolate.
O Laboratório Criativo da Amazônia (LCA) é um projeto do Instituto Amazônia 4.0 criado para demonstrar uma nova bioeconomia e dar protagonismo aos povos amazônicos por meio da produção de produtos de alto valor agregado. Na comunidade Corpus Christi, o projeto atendeu à população situada numa área de influência com 5.000 hectares de floresta protegida.

O Laboratório Criativo da Amazônia
O LCA promove os aspectos técnicos, tecnológicos e o desenvolvimento da capacidade empreendedora centrada em produtos não madeireiros da sociobiodiversidade amazônica, com ações de capacitação, realizadas diretamente nas comunidades locais.
O laboratório une ciência, inovações, tecnologias 4.0, conhecimento e saberes ancestrais das comunidades. A ideia é desenvolver a economia local, aumentando as rendas das famílias e fomentando a inclusão no mercado de trabalho – na comunidade Corpus Christi, com foco no aumento da participação feminina e retenção de jovens em seus ambientes de origem junto às suas famílias.
Selma Ferreira, fundadora e coordenadora do Amabela, é um dos exemplos. Entre as pautas de ativismo, ela atua no reaproveitamento das sementes da biodiversidade, que é parte da produção dos cupulates, gelatos e outras receitas derivadas do chocolate.
Bioindustrialização
Antes do consumo, os produtos passam por alguns processos, que iniciam ainda com a colheita dos frutos. De acordo com o professor César de Mendes, após a colheita, ocorre a separação das amêndoas, etapa crucial para a qualidade no resultado final. Depois, há a fermentação e a secagem para, finalmente, iniciar a fase de fabricação do chocolate/cupulate.
Esta última etapa é feita unindo o conhecimento adquirido às tecnologias para fabricação de chocolate com máquinas preparadas para garantir o controle das fases e qualidade dos produtos, da torragem da amêndoa ao produto final, a partir das receitas propostas pelo professor e alunas.
